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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Entrevista com o autor e ator da peça "As Mulheres de Branco"

Uma noiva que não acredita no amor
Uma médica sem vocação profissional
Uma mãe de santo que não tem fé

Esta é a chamada de um grande sucesso dos palcos atualmente, na Cidade do Rio de Janeiro. A peça As Mulheres de Branco, escrita e encenada pelo ator Celso Andre, tem garantido não só boas risadas do público e casa cheia em dias de apresentação, mas também grandes elogios das críticas.
Em entrevista ao Blog Falando de Fonoaudiologia, o ator descreve sua rotina, sua preparação vocal antes de entrar no palco, como decidiu seguir além do teatro, a área da Fonoaudiologia, e destaca o papel fundamental de seu fonoaudiólogo Reynaldo Lopes em sua preparação.


Falando de Fonoaudiologia – Que relação há entre você e a Fonoaudiologia? Porque decidiu seguir esta área paralelo ao Teatro?
Celso André – A Fonoaudiologia sempre esteve ao meu lado sem que eu a percebesse. Sou filho da fonoaudióloga Eliane Arruda e desde muito pequeno convivi com grandes nomes da profissão como Abigail Caracik, Beth Luz, Célia Galvão, Marly Canongia e muitas outras que como a minha mãe contribuíram para o crescimento e desenvolvimento da profissão. Sou artista por vocação. Nasci artista e sempre me vi no mundo como artista. E como ator a voz é o meu instrumento de comunicação com o publico. Passei por uma cirurgia de desvio de septo e no período de recuperação comecei ler sobre “voz” para entender melhor como a partir dali iria “funcionar” minha respiração e consequentemente minha voz. E fui então, digamos assim “mordido pelo bichinho” que é uma expressão que usamos muito quando nos apaixonamos pelas artes cênicas e seguimos uma profissão no palco. Decidi então fazer o curso de fonoaudiologia quando me vi também apaixonado por compreender nosso aparelho fonador e todo o processo que envolve a comunicação e produção da voz humana. E acredito que a fonoaudiologia veio a mim não como uma carreira paralela e sim complementar a minha carreira artística.


Falando de Fonoaudiologia – Como é sua rotina fora do palco para manter uma voz saudável e a resistência, o fôlego que você mantém durante todo o espetáculo?
Celso André – Sou muito responsável com a minha saúde vocal. Não fumo, não bebo gelado em hipótese nenhuma, evito ao máximo falar no telefone. Evito também bebidas alcoólicas quando estou em cartaz e em períodos de ensaio. Procuro dormir oito horas por dia e faço exercícios físicos diariamente além de me alimentar muitíssimo bem. Muitos colegas não precisam de tantos cuidados, mas para mim faz diferença. Se não durmo direito ou desgasto a voz durante o dia ou qualquer outra alteração nessa minha disciplina sem duvida nenhuma não tenho um rendimento tão satisfatório quanto almejo. E para mim qualquer sacrifício vale a pena para uma grande “performance” no palco. E nesse lugar o que parece sacrifício vira prazer. Além de contar com grandes profissionais que me orientam e cuidam de mim maravilhosamente bem como minha professora de canto Dani Calazans, com quem desenvolvo minha musicalidade e meu canto e meu fonoaudiólogo Reynaldo Lopes, que cuida da minha saúde vocal e prepara minha voz para o oficio.

Falando de Fonoaudiologia – Nos explique a importância e como é sua preparação vocal horas antes do início da apresentação?
Celso André – A importância é total. No palco e principalmente nesse trabalho que estou sozinho em cena a voz precisa estar em condições perfeitas para agüentar uma hora e vinte de espetáculo transitando por diversos estados emocionais e registros. Além do texto ainda canto no espetáculo e para que isso ocorra sem causar danos a minha saúde vocal e consiga transmitir de forma clara todos os sentimentos que a dramaturgia do espetáculo exige preciso chegar no teatro sempre duas horas antes e me dedicar a um ritual diário de preparação que inclui exercícios de relaxamento e de respiração seguidos por vocalizes para “despertar” e preparar todo o aparelho fonador para a cena. E em dias em que sinto minha voz um pouco estressada ainda exercito as pregas vocais usando um nebulizador com soro fisiológico que muito ajuda na lubrificação das mesmas e também das vias aéreas. Quando termino procuro fazer um pouco de nebulização no camarim e como sempre uma maçã antes de entrar em cena e outra ao sair.


Falando de Fonoaudiologia – Quais os benefícios que você tem observado com a aplicação das técnicas vocais?
Celso André – O trabalho desenvolvido com minha professora de canto e com meu fonoaudiólogo são trabalhos complementares e individualmente de extrema importância. Com Reynaldo Lopes desenvolvi uma maior capacidade de aproveitamento do ar durante a fonação o que me faz ter um esforço bem menor para alcançar a cena de forma tranqüila. Além é claro de um conhecimento maior do meu aparelho fonador e fazê-lo funcionar a meu favor na hora do trabalho. Com Reynaldo também “despertei“ digamos assim, através de exercícios, uma maior suspensão no meu palato mole e assim não deixar que o som seja “estrangulado” e sim melhor projetado aproveitando ao máximo minha capacidade de ressonância. Tudo isso regado com muitos exercícios de canto com a Dani para aguçar minha musicalidade e criar uma consciência da voz cantada exercitando todos os músculos que necessitam de trabalho para estarem aptos para cantar e falar por mais de uma hora. Durante esse processo o grandioso trabalho que venho fazendo com minha professora de canto se encontrou com o trabalho fundamental com o meu fonoaudiólogo e juntos chegamos no resultado vocal que apresento todas as noites de forma segura e saudável. Sou muito grato por te-los nesse projeto e devo a eles todo o meu crescimento e desenvolvimento vocal.

Falando de Fonoaudiologia – Você acha importante ter um fonoaudiólogo inserido no meio artístico, seja no Teatro, Música, Televisão e outros? Quais as dicas você daria aos seus colegas de profissão, a respeito de um bom rendimento vocal?
Celso André- A presença de um fonoaudiólogo é fundamental. Além de aumentar as chances de alcançar seus objetivos, ele te da segurança para ousadias que somente com muito trabalho são capazes de acontecer. E em arte assim como na vida acredito que se não ousarmos não crescemos. E o que gostaria de transmitir aos colegas com a experiência desse trabalho é que a disciplina aliada a bons profissionais na sua preparação vocal fazem sem dúvida nenhuma uma grande diferença quando a cortina se abre. Beijos carinhosos ao “Falando de Fonoaudiologia” Beijos especiais a minha professora de canto Dani Calazans e ao meu Fonoaudiólogo Reynaldo Lopes, meu querido professor no curso de graduação pelo o maravilhoso trabalho. E convido a todos para assistir “As Mulheres de Branco” no Teatro Candido Mendes de Quinta à Sábado as 21 hs e Domingo as 20hs.


*Abaixo veja entrevista com o Fonoaudiólogo e preparador vocal de Celso André, Reynaldo Lopes.

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